12. Ana Emília Moreira Santos

 

 



Origem

Nascida em 16 de setembro de 1961, filha de Maria Antônia Moreira Guilhon, e Alverino Moreira Santos, originada do quilombo Matões dos Moreira, município de Codó-MA, mãe de quatro filhas, 15 netos e 4 bisnetos.

Lavradora por profissão, ocupou o cargo de Coordenadora de Igualdade Racial pela Secretaria Municipal de Juventude, Cultura e Igualdade Racial de Codó em 2022.

Apesar de Ana Emília destacar que as memórias da sua infância a respeito da discriminação enquanto racismo passarem despercebidas como tais por conta da idade, ela afirma que costumava ser reativa contra ofensas desde cedo, sempre foi uma pessoa que se posicionava abertamente contra as injustiças.

Essa característica não só é atribuída a apenas parte de seu caráter mas também um dos norteadores de seu trabalho. A ativista negra e quilombola, afirma que se raça foi construída como se fosse sobre biologia, ela já havia nascido rebelde, não deixava passar e esse movimento acompanhou sua luta em defesa de sua comunidade.

 

Educação


Desde os 8 anos de idade Emília vive entre o quilombo e a cidade de Codó, onde realizou seus estudos, a atenção que sua mãe deu a educação de Emília e tê-la registrado civilmente como pessoa preta foram alicerce para a ativista. Sempre foi atrás dos conhecimentos necessários às lutas as quais firma enquanto mulher preta e quilombola.

Dona Emília dá muita importância ao conhecimento para a atribuição das conquistas e do fortalecimento dos movimentos sociais.


  Experiência


 Dona Emília teve como parte da sua trajetória a luta pelo território do quilombo onde nasceu, enfrentando os avanços ilegais e violentos de grandes empresas que ameaçavam se apropriar do território do Quilombo matões dos Moreira à base de ameaças de morte e outros meios de violência, atualmente o território é formalmente reconhecido como território quilombola.

A ativista foi fundadora de duas escolas quilombolas, a Escola Família Agrícola Irmã Rita Lore Wicklein, localizada no quilombo Monte Cristo, assim como também fundou o Centro de Educação Quilombola Ana Moreira, localizada no quilombo Santo Antônio dos Pretos.

Ajudou a criar duas grandes instituições do movimento quilombola: a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Quilombolas (CONAQ); e a Associação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas do Maranhão (ACONERUQ)

Dona Emília atribui a Deus e aos orixás a força e a coragem que teve para assumir as lutas dos movimentos sociais e seu ativismo enquanto liderança quilombola, que a partir de suas vivências, da sua fé e do pertencimento a permitiram reivindicar os direitos dos seus à terra e à educação.


V CONFERÊNCIA NACIONAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – Brasília, DF de 01 a 05 de dezembro de 2003.

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